O World RPG Fest 2017 (WRF2017) aconteceu em Curitiba nos dias 23 e 24 de setembro de 2017 e contou com a presença das maiores editoras e lojas de RPG e Board Games do país. O local escolhido para o evento foi a sede Rebouças da faculdade OPET, e lá tinha tudo que se poderia esperar para um grande evento: boa localização, fácil acesso, boa infraestrutura e pessoal disposto a ajudar.
Diversas atrações estavam disponíveis para os participantes, como por exemplo: caça ao tesouro com prêmios incríveis, promovido pela JOGARTA; oficinas de pintura de miniaturas (que deixavam que você ficasse com a miniatura depois de pintada); Swordplay; Escape Room; Play Tests de jogos em desenvolvimento; mesas para jogar Board Games à vontade; e, claro, mesas e mais mesas de RPG.Cada canto da faculdade foi utilizado, o que, apesar de ter deixado um bom espaço para se transitar, fez com que algumas atividades ficassem “escondidas”. Para encontrar o pessoal do Escape Room foi necessário percorrer toda a extensão da faculdade, passando pelos banheiros, refeitórios e só então chegando à sala (talvez encontra-los fizesse parte do desafio do Escape Room). Mas isso com certeza não tornou o evento menos divertido, havia placas indicando todas as salas e diversos funcionários que auxiliavam com muita boa vontade todos que precisavam.
As lojas na entrada levaram diversos produtos, porém, esse ano eu senti um pouco de falta das novidades de Board Games. Pessoalmente eu não encontrei nenhum título sendo lançado durante o evento, como já ocorreu em edições anteriores do evento. Poucas lojas estavam ofertando algum tipo de promoção especial para o evento, encontrei apenas duas promoções especiais.
As mesas de RPG estavam frenéticas, a qualquer momento que você entrasse nas salas onde estavam rolando os jogos, você encontrava uma multidão de pessoas sentada e rindo e se divertindo muito. O JORGARTA, grupo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) coordenado pelo professor Mateus Henriques Buffone, organizou diversas mesas e garantiu que, mesmo com a grande quantidade de pessoas, todos que estavam presente pudessem jogar, tanto iniciantes quanto veteranos.
O grupo ESCAPE 60’ também estava presente no evento e criaram uma sala especial para o evento. O tema escolhido foi a Caverna do Dragão e tinha uma duração reduzida de apenas 15 minutos. O grupo participante era trancado em um quarto muito bem ambientado com jogos de tabuleiro e de RPG e tinham que desvendar os desafios para conseguir sair daquele lugar em menos de 15 minutos. A experiência de participar foi incrível, o tema, a ambientação e os desafios foram muito bem planejados e executados.
A loja FORA DA CAIXA levou alguns de seus inúmeros jogos para o evento e os disponibilizou para que todos pudessem jogá-los à vontade, sem nenhum custo. Esse serviço de disponibilizar os jogos para que todos possam jogá-los sem custo já é ofertado diariamente pela loja, além de disponibilizar jogos para aluguéis a baixo custo. Muitos jogos, novos e antigos, estavam disponíveis durante o evento, inclusive o jogo criado pelo proprietário da loja “Tao Long”, recente sucesso no Kickstarter internacional. Você que está em Curitiba ou pretende ir para lá, recomendo dar uma conhecida na loja deles.
No domingo, dia 24/09/2017, segundo dia do evento, participei como convidado de uma mesa redonda promovida pelo grupo JOGARTA com o tema “Jogos analógicos e educação: uso de jogos em espaços de ensino/aprendizagem”. Foi um bate papo muito produtivo onde discutimos formas efetivas de como os jogos podem ser utilizados na educação. A mesa contou com a presença de oito pessoas, todos educadores que estudam e aplicam à sua maneira o uso de jogos analógicos (RPG e jogos de tabuleiro) para fins educativos.
Muitas vezes o uso de jogos na sala de aula é visto por alguns como uma maneira de “matar tempo”, pois acreditam que “o professor não está com vontade de dar aula”. Usar os jogos na educação não é simplesmente entregar os jogos para os alunos e deixar cada um jogando como bem entender. O educador deve estar preparado para a atividade, que deve ser muito bem planejada antes de executada. Cada elemento do jogo deve ser pensado e o educador deve intervir durante ou depois da atividade apontando, ou pedindo para que os participantes apontem, o que foi mostrado ou ensinado naquele jogo.
O tema abordado abre espaço para bastante discussão e muitas dúvidas, infelizmente o tempo disponível para a mesa redonda foi insuficiente para a quantidade de conhecimento que o grupo possuía.
Por fim, o evento foi muito divertido e produtivo, pude conhecer muita gente que, assim como eu, ama os jogos analógicos. O evento atrai pessoas de todos os cantos do Brasil e é ótimo para quem quer fazer negócios, adquirir novos jogos para a coleção, conhecer as novidades do mundo geek, ou para quem quer apenas se divertir muito mesmo. Saí do evento com um gostinho de quero mais e mal posso esperar para a próxima edição.